segundo capítulo
(para saber como começa essa história, clique aqui).
Enquanto o nosso herói Diogo Lyra, fundador e faxineiro do Fundo de Quintal Literário, era jogado em um pequeno quarto de 2 x 3, em algum bairro da distante zona oeste do Rio de Janeiro (os criminosos nem se preocuparam em vendá-lo, pois sabiam que o pobre faxineiro se perdia fácil nessas imediações), lembrava-se do grande filme Old Boy, no qual um homem é seqüestrado e posto em um quarto sem saber o motivo, e sem saber por quanto tempo ali ficaria. Na película, o homem é mantido no cárcere por 15 anos até ser espontaneamente liberto – tempo este que Lyra não estaria disposto a permanecer preso.
Utilizando de toda a sua sagacidade, empenhou-se em tentativas diárias de fuga, infelizmente sem sucesso. Mas após quase uma semana no cárcere, Lyra conseguiu sair do quarto onde estava, enquanto seus seqüestradores roncavam pesado com a TV ligada no Fantástico. Não pôde fugir, entretanto, já que ferozes cães cercavam a pequena casa de alvenaria. Mas teve a chance de acessar um laptop que se encontrava sobre uma poeirenta mesa, e instintivamente digitou o endereço virtual de seu local de trabalho.
Qual não foi surpresa ao ver que a notícia de sua “prisão” estava lá divulgada! E para seu estarrecimento maior, dois dias depois já havia uma nova postagem, assinada por um dos imigrantes ilegais que compunham a equipe do FQL, narrando um sem-número de absurdos, uma história pra lá de fantástica envolvendo celebridades e um sujeito gordo chamado Olavo Lebre Cabrito, apresentado como advogado.
Um advogado gordo? Aquela história não lhe cheirava bem.
Lyra lembrou-se rapidamente do motorista do carro importado – o mesmo advogado gordo – no qual fora seqüestrado quando tentava estacionar. E ficou ali, sem reação, tentando juntar as peças daquele quebra-cabeças, até passar para a próxima postagem do blog e ver, mais surpreso ainda, que Son Soh, Lao Chi Chi e Gil Evans, membros da equipe do FQL, haviam assumido o controle total da página virtual.
Ora, é sabido que Diogo Lyra, sempre metódico e perfeccionista, nunca havia permitido que estes imigrantes ilegais e semi-analfabetos escrevessem no blog, preocupado que estava em manter o padrão de qualidade de tudo que fosse ali postado. E agora, uma vez mantido em cativeiro, observava atônito o trio iletrado tomando conta das funções editoriais da página.
Mal teve tempo de se recuperar do choque, Lyra foi surpreendido por uma bordoada na cabeça, vinda de um dos seus algozes, que havia despertado ao ouvir a música de abertura do Big Brother Brasil – programa preferido dos dois criminosos que ali o mantinham preso. E Lyra recolheu-se ao chão, urrando de dor, enquanto os dois vilões espancavam-no sem qualquer piedade. Destruído, amassado, esculhambado, Lyra foi arrastado de volta ao seu cubículo, e recolheu-se em um dos cantos fétidos do mesmo enquanto arquitetava o seu plano de fuga.
Aguardem para ler, nesta quarta-feira, a conclusão desta incrível, triste e verdadeira história.
4 comentários:
SENSACIONAL!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
o caso de vocês é sério. que tal uma visitinha à Rua Sorocaba?
chega logo quarta... rsrsrs
irmaozinho... um dia eO chego la ! rs
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