Enquanto idealista não-pragmático, só existe uma coisa que eu boicoto: o boicote. Minha bonita tem uma lista negra de empresas que ela boicota de maneira bastante convicta: McDonald’s, Coca-Cola, Shell, Esso, Nike e várias outras que, diariamente, tornam nosso mundinho um lugar pior pra se viver.
Eu, por minha vez, não tenho a iniciativa, a força, sequer a coragem de levar pra frente qualquer tipo de boicote, mesmo depois de ter assistido filmes como The Corporation – que, aliás, deve ser visto por todos os seres humanos que têm a vida afetada pela atuação das corporações multinacionais (será que alguém se inclui fora dessa lista?).
A verdade, pelo menos vista do meu ângulo, é que eu prefiro ser essa contradição ambulante do que ter uma opinião rígida sobre tudo. Assim, me sinto livre para acender um cigarro enquanto critico a indústria tabagista. Porque por mais que se queira estabelecer qualquer tipo de “consumo responsável”, creio que a própria expressão já traz em si uma inevitável contradição. Ou será que o mais responsável dos consumidores vai se recusar a entrar num carro, num ônibus ou num avião, potentes produtores de CO2, em protesto ao desenfreado aquecimento global?
Tem mais uma coisa: não levo fé na história do “cada um faz a sua parte”, como as histórias cor-de-rosa que o Betinho contava nos anúncios da Globo – lembram daquela do passarinho que tentava apagar um incêndio na floresta enchendo o bico de água? Pra mim é balela. Separar meu lixo em casa, talvez convencer mais dois ou três amigos heróicos a fazerem o mesmo, nada disso vai ter efeito num escopo mais amplo.
Eu acredito é em responsabilidades coletivas, impostas por governos caso preciso. Se iniciativas como o Protocolo de Kioto fossem levadas a sério, se as empresas que contratam mão-de-obra infantil fossem legalmente proibidas de vender seus produtos no mercado, talvez não seria tão forte a crença de que cabe ao cidadão comum, sozinho e deixado às moscas pelo Estado, correr atrás do prejuízo causado por pessoas jurídicas com alto poder de destruição.
Visto dessa forma, o boicote socialmente responsável é apenas mais uma forma de individualismo e, como tal, fruto dos demônios do capetalismo. E não é o boicote, mas só a responsabilidade coletiva que tira os demônios das pessoas.
Eu, por minha vez, não tenho a iniciativa, a força, sequer a coragem de levar pra frente qualquer tipo de boicote, mesmo depois de ter assistido filmes como The Corporation – que, aliás, deve ser visto por todos os seres humanos que têm a vida afetada pela atuação das corporações multinacionais (será que alguém se inclui fora dessa lista?).
A verdade, pelo menos vista do meu ângulo, é que eu prefiro ser essa contradição ambulante do que ter uma opinião rígida sobre tudo. Assim, me sinto livre para acender um cigarro enquanto critico a indústria tabagista. Porque por mais que se queira estabelecer qualquer tipo de “consumo responsável”, creio que a própria expressão já traz em si uma inevitável contradição. Ou será que o mais responsável dos consumidores vai se recusar a entrar num carro, num ônibus ou num avião, potentes produtores de CO2, em protesto ao desenfreado aquecimento global?
Tem mais uma coisa: não levo fé na história do “cada um faz a sua parte”, como as histórias cor-de-rosa que o Betinho contava nos anúncios da Globo – lembram daquela do passarinho que tentava apagar um incêndio na floresta enchendo o bico de água? Pra mim é balela. Separar meu lixo em casa, talvez convencer mais dois ou três amigos heróicos a fazerem o mesmo, nada disso vai ter efeito num escopo mais amplo.
Eu acredito é em responsabilidades coletivas, impostas por governos caso preciso. Se iniciativas como o Protocolo de Kioto fossem levadas a sério, se as empresas que contratam mão-de-obra infantil fossem legalmente proibidas de vender seus produtos no mercado, talvez não seria tão forte a crença de que cabe ao cidadão comum, sozinho e deixado às moscas pelo Estado, correr atrás do prejuízo causado por pessoas jurídicas com alto poder de destruição.
Visto dessa forma, o boicote socialmente responsável é apenas mais uma forma de individualismo e, como tal, fruto dos demônios do capetalismo. E não é o boicote, mas só a responsabilidade coletiva que tira os demônios das pessoas.
Para saber mais sobre os efeitos nefastos de algumas corporações, assista documentários como Super Size Me (sobre o McDonald’s), Roger & Me (sobre a General Motors), The Big One (sobre a Nike), Beyond Citizen Kane (sobre a Rede Globo) e The Corporation (sobre várias delas).
32 comentários:
excelente post! o doc. "the corporation" é nauseante. me lembra alguns dos comentários que andei lendo no teu blog: "morte!" e "massacre!"...
gostaria de comunicar meu boicote aos quadros de Van Gogh!!!substitua por salvador dalí ou coisa ainda mais doida...
em breve, meu caro anônimo, em breve...
Boa, Artur! Mas, vamos por partes. defina responsabilidade coletiva. Depois a relação entre isso e a imposição por uma máquina governamental de padrões de comportamento. E, por fim, qual a relação entre individualismo e capitalismo? E o liberalismo? E o anarquismo? Onde ficam?
andré, na boa, não é com a tática do "buraco negro" que isso vai dar certo. caso contrário, teria que lhe pedir para definir o que é "máquina governamental"; "padrões de comportamento"; "liberalismo"; "anarquismo e até mesmo "andré" - já que pode ser algum conhecido e, nesse caso, talvez compreendesse melhor suas perspectivas. enfim, na minha humilde opinião, o texto do arthur é bastante claro e não requer, a não ser em casos de extremo preciosismo e quem sabe mau-humor, definições como estas para que seja entendido até a últim a ponta...
Então fica decidido: a partir da próxima postagem, em caso de descompressurização do leitor, notas explicativas de rodapé cairão automaticamente sobre suas cabeças.
não dig, não adianta botar a culpa no mau humor que estou aqui para defendê-lo. querer definições dessas a cada comentário em que elas estejam envolvidas é como ter que re inventar a roda a cada deslocamento. non sense.
próxima: Burzum, eu não declaro adesão a boicote de qualquer espécie mais (quando jovem, cheguei a fazê-lo) por uma questão que de tão densa acaba ficando simples (o extremo oriente se encontra com o extremo ocidente, não?).
dado o atual estágio de interconexão de toda a estruutura produtiva, não há um só elemento que você use vivendo no mundo civiloizado (ou proximidades) que esteja completamente livre dessas 'máculas'. Vai andar a pé, pelado, e consumindo exclusivamente o que vc plantar, com instrumentos que vc produzir, e sem usar nenhum tipo de adubo? aí eu aceito seu boicote. Caso contrário, até teu tomatinho organico vendido no zona sul foi tocado por Midas.
Boicote é na linha Henry Thoreau. qualquer desvio disso já compactuou com alguma coisa errada (ou pelo menos moralmente condenável, pra agradar os mais relativistas que te visitam)
e não, não acho que isso seja comodismo, conformismo, imobilismo, derrotismo, ou qualquer ismo dessa cepa. nem mesmo fatalismo. nem acho que tá bom assim. só acho que o boicote não tem lá o poder que gostaríamos que ele tivesse. não enquanto não se expandir pra um conjunto muitíssimo maior de itens.
Eu boicotava o Mc Donald's quando jovem.
E, graças a Deus, fazia isso.
Já perceberam o quão absurdo é o preço comparado ao peso real dos sanduíches?
É escorchante!
No entanto, como possuo um emprego que me permite comprar um Cheddar pelo menos uma vez por mês... Como, mas não sem remorso.
Pretendo voltar a boicotar o Mc Donald's, asimque aprender esta receita de biscoito de carne!
eu já panfletei no dia internacional anti mc donalds. e até me mudar pra esta cidade onde sanduiche nao pasteurizado é podrão isso simplesmente não fazia parte do meu universo
e eu já roubei uma lata de lixo de metal (muito bonita, por sinal) do caixa eletrônico do banco itaú. e o pior é que eu não boicoto o itaú, só gosto de fudê-lo um pouquinho...
obs: preciso definir o que é fuder?
ah, e gostaria de agradecer a mim mesmo pelo árduo proceso de digitalização das obras em resina, expostas pelo amigo 4rthur. lembro bem de quando o mesmo era apenas um jovem idealista e, ao boicotar empresas de tinta/pincel, deu início às pinturas feitas de resina. procurando incentivá-lo e, ao mesmo tempo, eternizando seus trabalho, eu mesmo, então, os digitalizei.
obrigado diogo lyra, obrigado arhtur.
Nossa, o espaço de comentários virou um verdadeiro forum de discussões, não estou a fim de discussões mto complexas... eca!
Mas... como uma empregada de uma multinacional do setor energético, me vejo contribuindo para a máquina corporativa, eles pagam meu salário me enchem de mimos e benefícios e eu dou o meu melhor, se querem meu sangue que fique claro que o preço dele é alto. Pagam pelo meu sangue, mas não está incluido no pacote o meu cerebro, isso não tem preço.
Rolam palestras motivacionais, rolam benefícios financeiros, uma cultura empresarial é cuidada e é nos oferecida garganta abaixo, come quem quer, vomita quem pode...
por enquanto to comendo, e confesso estar feliz... pq diferente de outros sistemas e meios de trabalho, uma empresa séria sabe valorizar seus dominados , ôpa, seus empregados.
Mas isso é uma outra questão, no bar, qq dia desses eu paro pra contas as agruras e causos da cultura empresarial que tem me feito dar algumas gargalhadas, é um ADMIRAVEL MUNDO NOVO, definitivamente! rs...
beijos e parabems pelo blog, to gostando mto.
e sim, eu tomo coca-cola light, como no mcdonald´s (qdo não há outra opção) e compro artigos Adidas, Nike...enfim
Nada politicamente correta! Será que eu tenho salvação? rs...
Diogo, não defina o que é fuder. Muitos seres humanos não estão preparados para ouvir o que você pode revelar.
Casca, tinha um podrão em São Gonça com três camadas de carne, presunto, três pães e ABACAXI: O imbatível TRI.
A parada era tão boa e vivia tão lotado que eu acho que o Mc Donald's comprou a receita (Ou a fiscalização deu o bote, sei lá). Mas para o Cheddar, tenho que tirar o chapéu.
P.S.> Em Sampa e em Minas os Sandubas são maiores que os do Rio
P.P.S.> Não se espante com os comments mais animados hi. A galera se curte mas também se espanca.
Multinacional do setor energético? Você então é um partidão da Petrobrás, hein?
Desculpe, e juro que sem querer ofender, mas a contradição ambulante não é hipocrisia?
porra, tava quietinho no meu túmlo até agora e nego vem com essa de contradição ambulante. Devo me manifestar? Acho que não, deixo a retórica pro Paulo Coelho e volto ao sono dos justos...
zizas, fiquei devendo essa e procurarei agora corrigir o erro:
um muito obrigado para o grande Diogo Lyra, reencarnação do poeta Alphonsus de Guimarães, responsável pela digitalização das 5 primerias "artes em resina" - e não coincidentemente, as melhores captadas nas fotos digitais.
Valeu parceiro!
"Vendo minha alma para qualquer grande corporação ou governo totalitário. Jovem com certa experiência em destruição de vidas alheias (carta de recomendação Kim Jong).
Burga, esqueci de dizer: o blog tá muito foda, né?! Verdadeiros fóruns de discussão, como disse a Hilaine, submersos entre os clássicos "morte"/"massacre"/"estrupo"...
É isso. Só queria mesmo dar os parabéns e dizer que você encontrou um formato irado e, tal qual em Cascarravias, teu blog tem sido agraciado com bons coments do Pacos e do próprio Casca. Só não leve muito a sério os comentários do Clodovil. Ele anda meio ressentido com o Governo Federal...
Fui!
Não Pakkatto, não sou um partidão da Petrobrás, estou em outras frentes, mas garanto que ainda sim sou um partidão, mas por outros atributos, rs...
bjao
Hi
Porra Arthur, muito foda mesmo. Me lembrou uma reação espont6anea que tenho a todo tipo de boicote, uma espécie de desejo pelo proibido que, não coincidentemente, determina algumas opções um tanto centrais do meu cotidiano. A Maria tb é do estilo boicote, e todos os lugares que entram pra lista negra dela, acabam se tornando meus constantes objetos de desejo (reprimido). O Lopes, restaurante aqui perto de casa é um grande exemplo; fomos uma vez, estava uma merda e ela acabou proibindo q lá retornássemos. desde então tenho uma vontade louca de comer lá, tudo me parece muitíssimo apetitoso. Outro exemplo clássico: há mais de um ano não comia no Mc Donald`s, nem sentia falta; vi no outro dia, o famoso "A Dieta do Palhaço" e.... terminei o filme rezando por um Cheddar (excelente, o Pacato tem toda a razão), uma batatinha, ou ao menos um sundae... não tendo nada disso por perto, curei minha crise de abstinência com doses cavalares de Coca-Cola, a boa e velha aqua vitae. Mas no dia seguinte fui no Mc da Rio Branco e pedi um trio Cheddar, e daqueles q por um roubo a mais vem tudo de tamanho maior, o super size.
Enfim, finalizando, e resumindo pra quem não teve saco de ler tudo, falou em boicotar alguma coisa, aquela coisa não sai mais da minha cabeça... uma foda.
Parabéns cara, o blog tá muito maneiro, e digo mais, maneiríssimo.
Abraço
é humilde o post, mas pergunto...
a crítica que se faz ao boicote é purcadiquê?
sim, pq se estivermos falando sobre afetar a grande industria, realmente, sem uma grande mobilização, nada muda. afinal, eu não pago 700 merreis por um windows, não gasto 15 contos num trio do mc donald's e muitos menos me sinto satisfeito com o gás e a cola de uma latinha vermelha que, aliás, me dão mais sede, mas não creio que o sr bill gates sinta-se prejudicado por eu ter um piratão em casa assim como Ronald Mc Donald's não perde o sorriso vermelhor por me ver passar indiferentes às "suas" lanchonetes (todas iguais em qualquer parte do globo) ou mesmo a Coca-Cola não diminui seu domínio no mercado porque o negão deixou de fazer "tsiiii" por aí... mas isso já faz parte do meu dia a dia. aqueles que me conhecem sabem que não levanto bandeira de boicote. simplesmente não os consumo. não tenho grana para ter um windows registrado e se tivesse, viajaria. não faço questão de um cheddar já que por 15 merreis eu me entupo de comida mais saborosa e... se na casa da vó só existe coca-cola, eu bebo e, na calada da noite, vou lá dar aquela golada criminosa que só a geladeira pode testemunhar.
o que sei, acredito e me convenço a cada dia é que essa merda toda vai entrar em colapso já já independente de boicotes ou calotes e não espero de governo, empresas, ongs, blogs qualquer solução, somente diversão.
porra burzum, esse teu blog ta muito cabeça.
vou dar um rolezinho no bar, e espero que na volta nego esteja novamente falando sobre futebol, massacres ou piadas politicamente incorretas
Thos-a, tu espera diversão dessa gente aí?
e eu gostaria de ser tão otimista quanto vc a respeito do colapso estar próximo. na porção nostradâmica que me permito, ainda teremos pelo menos mais um ciclo, ainda mais cruel, dessa estruttura: o imperialismo chinês.
já parou pra pensar na mescla de taoísmo, maoísmo e capitalismo que vai dar substancia a isso?
leia em breve uma sintética discussão sobre o futuro imperialismo de olhos puxados em www.elcascarravias.blogspot.com!!!
Querido Arthur, sinceramente não vejo nada de errado nos boicotes. Oquei, trata-se realmente de uma iniciativa individualista, mas baseada em um sentimento coletivo, caso contrário não faria sentido. Não deixamos de ir ao Mc Donald´s ou ao Posto Shell pq o hamburguer é ruim ou a gasosa é nauseante - aí sim não faria sentido, ou pelo menos faria, mas não seria grandes coisas.
Acredito em iniciativas do tipo pq sei que geralmente resultam de um pensamento crítico em prol de alguma idéia de coletividade que faz muita falta ultimamente. Ainda sou da idéia talvez ingênua, mas com certeza necessária dessa atenção...
Sobre o Raulzito, eu gosto pra caraio do moço, mas ser uma metamorfose ambulante o tempo todo pode nem ser tão legal assim (falou meu lado não muito fã do relativismo :S)... Bom, parabéns pela polêmica, vejo que despertou o pessoal pro assunto. Inclusive eu. hehehe
:]
Caralho, Arthur, tá bombando, hein? Sem tempo nem pra ler o post. Mais tarde comento dignamente. Bêjo.
isso ai ... clamem pelo Estado, rs, boa discussão, bjs, guilhemre
Amigo Arthur...
Concordo com você que o boicote é pouco. O palhaço não vai perder seus bilões. Mas, se eu não fizer isso, vou fazer o quê? Tacar uma bomba em uma McFilial?
Bem, vou fazer uma autobiografia aqui... Eu era fascinado quando criança pela tecnologia. Cresci assim , fiz escola técnica e entrei pra faculdade de engenharia. Acontece que eu acordei e fiquei deprimidíssimo quando vi o cenário de outra perspectiva. Daí hoje não me imagino trabalhando numa grande corporação mesmo que minha vida se torne mais difícil por conta disso.
Agora, realmente, é impossível boicotar 100%. Se não, realmente, eu andaria pelado e a pé, além de que teria de ir morar no meio do mato. Cara, fiquei deprimidão com isso e repensei todo o papel da tecnologia para a humanidade, e onde eu como engenheiro me encaixava nisso. Pra isso, me inspirei em caras como Fritjof Capra e Buckminster Fuller, caras que são da área de exatas, falam minha língua, e tem uma visão bem interessante sobre muitas coisas. Daí juntei essas idéias e decidi que um dia vou escrever minha própria Utopia (como vários o fizeram). - continua -
Isso porque partindo da especulação utopista, parece mais simples resolver os problemas do mundo. Porque RESOLVER de fato os problemas no mundo SEMPRE esbarra em barreiras políticas, burocráticas, ideológicas, e , principalmente, na bondade e boa vontade que nem sempre é inerente ao ser humano.
Mas o fato de essas utopias não poderem ser aplicadas (ora, são utopias), não as torna inúteis, pois fornecem embasamento científico para o que na realidade pode ser implementado (o que, às vezes, pode subverter completamente a solução científica original - acredite se quiser, até o capitalismo nasceu como utopia).
Acredito na ciência e na racionalidade do homem para identificar, atacar e resolver problemas. Adapatar-se a situações variadas e sobreviver em condições adversas. Foi essa característica que nos tornou a espécie dominante no planeta, e é nossa única esperança de sobreviver.
Quanto a mudar o que está aí, a política e as estruturas de poder já estabelecidas é que tornam isso complicado.
Mas acredito também que o que está não será eterno, vai ruir por si só. Os capitalistas selvagens vão enforcar-se nos seus próprios excessos. Com um planeta exponencialmente-crescente nos últimos 77 anos, muito mais caótico do que em 1929, com tsunamis iminentes, o capitalismo não resistiria a outra crise. A humanidade teria então a grande oportunidade para acordar, unir-se em torno de um objetivo comum e inaugurar uma experiência inédita com grandes chances de sucesso. Um sistma realmente justo e equilibrado, totalmente novo e embasado em todo o acervo científico gerado a partir do pensamento de homens tão diversos, de Marx a Buckminster Fuller, entre tantos outros que me fogem o nome agora, todos com brilhantes idéias (que nem sempre vingaram, mas não por não serem brilhantes).
Esse pensamento será novo, fresco, adaptado a realidade mundial atual e altamente munido de tecnologias alternativas e estratégias de produção. Mas, é óbvio, como se trata de seres humanos, nada é alcançado sem uma mudança de valores por todos. Esse novo sistema derrubará fronteiras e unirá a humanidade (ou o que restar dela). Mas isso, pode demorar um bocado ainda, e o que está aí pode piorar muito ainda.
Só tenho que não gostar de uma coisa... Essa história de que idealismo ser uma roupa pro jovem usar por alguns anos...
Pra mim idealismo é uma questão de princípios, e o homem íntegro carrega seus princípios com si até ao túmulo. O homem íntegro pensa por si só, agarrado a seus princípios tenta buscar ou até criar uma linha de pensamento baseada nesses princípios. E deve tentar, mesmo com seus vacilos e incoerências, atropelos e conturbada história, viver estes princípios em sua vida.
Só uma coisa...
Parbéns mesmo cara!!! Teu blog tá excelente, pelo pouco que li. Menos ou mais engajado, o que importa é descascar ironias e sarcasmos ácidos sobre o que está aí, desde questões banais até cruciais. E, principalmente, me amarrei na disposição gráfica mesmo, eu, como não tenho saco de aprender html ou de ficar pesquisando os templates do blogger, deixei o meu muito cru, já estou de saco cheio de olhar pra ele, tá feio pacas, deu vontade de copiar o seu visual rsrsrsrsrs....
Abraço!
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